terça-feira, 31 de maio de 2011

Impactos Ambientais

Os principais impactos ambientais que ocorrem na planície flúvio-marinha do Rio Ceará se dão através das formas inadequadas do uso e ocupação do solo local, afetando principalmente a faixa de praia e pós-praia, campo de dunas, manguezal e rio. As modificações ambientais são decorrentes dos constantes desmatamentos, ocupações inadequadas, assoreamento e lançamento de esgotos e lixos, causando com isso uma completa descaracterização da área estuarina. A poluição hídrica é um dos principais problemas do estuário. 

Esta ocorre através do lançamento de esgotos domésticos e industriais no seu principal afluente, o rio Maranguapinho, provenientes das indústrias, além dos despejos de esgotos e lixo lançados pela população que mora nas suas margens e do efluente da Estação de Tratamento de Esgoto do Distrito Industrial de Maracanaú. Esse rio passa por bairros da periferia de Fortaleza como Alto Alegre, Bom Jardim, Granja Portugal e Genibaú, que são destituídos de sistema de coleta de esgoto. Outra fonte potencialmente poluidora é o estaleiro situado próximo a sua desembocadura, com eventuais derramamentos de óleos, em decorrência de reparos nas embarcações. Ao longo do estuário, percebeu-se grandes quantidades de materiais plásticos (garrafas de refrigerantes, detergentes, sacos) presos às raízes do mangue, demonstrando claramente os despejos de resíduos sólidos próximos às margens do rio Ceará. Constatou-se também a presença de animais mortos (cavalo, cachorro) boiando nas águas do estuário. O assoreamento do rio é um problema antigo que vem se intensificando na desembocadura do rio Ceará, onde se formou um “banco” de areia devido à deposição de sedimentos trazidos pelo rio e pelas marés e que se agravou depois da construção da ponte, pois já se percebe durante a maré baixa a formação de um novo “banco” de areia próximo às pilastras da ponte. Um outro problema que se percebeu na planície fluvio-marinha do rio Ceará é o desmatamento do manguezal. Este é feito com objetivo de fornecer madeira para a construção de casas, fornecimento de lenha e carvão utilizados pela comunidade ribeirinha e para a construção de salinas, que mais tarde são abandonadas, causando com isso sérios impactos para o ecossistema, visto que o aumento da salinidade torna difícil a regeneração da vegetação. Ocorre também no estuário do rio Ceará a pesca predatória de peixes, moluscos e crustáceos fazendo com que esse potencial diminua com o tempo. Apesar da capacidade do manguezal de absorver os agentes poluentes de outras áreas, a vegetação do mangue já apresenta sinais de degradação por poluentes, indicando o rompimento de sua capacidade de absorção.
O Rio Ceará hoje sofre com a falta de politicas publicas e falta de consciência de moradores locais e pessoas que vem a passeio sobre tudo nos finais de semana.

Rio Ceará

O Rio Ceará é um rio brasileiro que banha o estado do Ceará. Sua foz, assim como os últimos quilômetros do seu curso, é a divisa entre os municípios de Caucaia e Fortaleza.
O rio apresenta padrão de drenagem dendrítica e em sua desembocadura na divisa de Fortaleza e Caucaia, apresenta um manguezal que, ocupa uma área total de 11,58 km², dos quais 6,75 km² no município de Caucaia e 4,83 km² no município de Fortaleza. Tem como principal afluente o rio Maranguapinho.
O Estuário do Rio Ceará abrange uma área de, aproximadamente, quase 1.000 hectares de manguezal, ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, onde existe a mistura da água doce dos rios com a água salgada das marés. O estuário está entalhado na idade do terciário/quaternário. Os sedimentos do terciário e quaternário são representados pelo Grupo Barreiras, dunas, beach-rocks e pelas planícies aluvial e fluvio-marinha.
No manguezal foram identificadas espécies ditas obrigatórias ou essenciais, que vivem na região entre marés e sobre o solo mais limoso que arenoso e espécies marginais que, ocasionalmente, são atingidas pelas marés de grande amplitude e vivem sobre o solo de limo e areia. Os mangues representam um ecossistema de sobrevivência para um grande número de animais, sendo identificadas na área diversas espécies de moluscos, crustáceos, peixes, aves e mamíferos.
O local também se constitui em um importante sítio histórico de nosso estado, onde foi construído em 1604, por Pero Coelho de Souza, o Fortim de Santiago, primeira edificação de Fortaleza e posteriormente, em 1612, o Forte de São Sebastião, por Martim Soares Moreno.

Segundo historiadores, as expedições dos espanhóis Vicente Pinzon e de Diogo Lepe desembarcaram nas costas cearenses antes da viagem de Cabral ao Brasil. A primeira, num cabo identificado como o da Ponta Grossa, no Município de Icapuí, e a segunda, na Barra do Ceará, em Fortaleza. Tais descobrimentos não puderam ser oficializados devido ao Tratado de Tordesilhas.

A ocupação efetiva do território cearense começou em 1603 com a bandeira de Pero Coelho de Souza que fundou o Forte de São Tiago, na Barra do Ceará. A posse oficial do Ceará deu-se com Martins Soares Moreno, (o Guerreiro Branco), que aqui chegou em 20 de janeiro de 1612 e fundou o forte de São Sebastião, no antigo local onde fora erguido o Forte de São Tiago.

A história de Fortaleza se confunde largamente com a história do Ceará, terra de índios dos troncos tupi (tabajaras, parangabas, parnamirins, paupinas, caucaias, potiguaras, paiacus, tapebas) e jê (tremembés, guanacés, jaguaruanas, canindés, genipapos, baturités, icós, chocós, quiripaus, cariris, jucás, quixelôs, inhamuns), os quais, embora dizimados em grande parte, fazem sua cultura estar presente até a atualidade, em hábitos, comida, medicina e arte populares, nomes, vocabulário e etnia.

A Barra do Ceará é considerada o berço histórico do Ceará, por ter sido o local onde iniciou a colonização do território com a construção do Fortim São Tiago, no ano de 1604. O bairro possui cerca de 70 mil habitantes, segundo o censo do IBGE de 2000.
A Barra faz limites com os bairros Cristo Redentor, Floresta, Jardim Iracema e Vila Velha, possuindo duas praias ao longo de sua costa: praia das Goiabeiras e praia da Barra. Esta última vai de encontro com o Rio Ceará.
Fortaleza, com seus quase 3 milhões de habitantes, é no presente, a quarta maior concentração urbana brasileira. Hoje, somos parte do seleto grupo das maiores cidades brasileiras, juntamente com São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Brasília.

Entretanto, um dos aspectos que mais nos destaca, além das dimensões urbana, ambiental, econômica, social e populacional, se refere a ausência de um Sistema de Planejamento e Gestão, que configura a nossa própria imperícia quanto a ordenar e estruturar o territorial municipal e assim planejar nosso futuro.